InuYasha e a Lei do Esforço Invertido

InuYasha foi um mangá escrito e ilustrado pela mangaká Rumiko Takahashi. Subsequente, devido ao seu grande sucesso, a obra ganhou uma adaptação em anime e vários filmes.

A história segue a vida de uma garota chamada Kagome Higurashi, uma estudante normal que, em um determinado dia, acaba caindo dentro de um antigo poço em sua casa que a transporta para o Japão feudal. Nessa era, Kagome se encontra com um meio youkai chamado InuYasha.

InuYasha é um meio demônio complexado com seu próprio poder. Dentro deste universo, existem milhares de demônios poderosos em buscas de um artefato chamado Joia de 4 Almas. Essa joia permite potencializar, substancialmente, o poder do indivíduo que a possuir.

Por ser filho de um humano com um youkai, InuYasha está constantemente tentando provar ser forte e erradicar de uma vez por todas seu lado humano. Desde o início, a história deixa bem claro o objetivo de InuYasha. Sempre correndo atrás da Joia de 4 Almas no intuito de se transformar em um youkai completo.

A Lei do Esforço Invertido

Pode parecer algo razoável e aceitável à primeira vista. Um personagem em busca de seus objetivos, subvertendo situações e desenvolvendo seu próprio poder. No entanto, há uma linha muito tênue entre correr atrás de algo positivo e receber um retorno positivo deste algo.

Alan Wilson Watts, mais conhecido também como Alan Watts, foi um filósofo britânico-americano que interpretou e difundiu a filosofia oriental para um público ocidental. Uma de suas teorias mais icônicas é a Lei do Esforço Invertido, que trabalha justamente naquilo que se busca, entretanto não se obtém.

"O desejo de ter mais experiências positivas é uma experiência negativa. E, paradoxalmente, a aceitação da experiência negativa, é, em si, uma experiência positiva" - Alan Watts.

Simplificando ainda mais o que Watts quis dizer com esta ideia, significa que quanto mais você busca por algo que não tem, mais tangível é a certeza de que você não possui aquilo. Isso acaba proporcionando um efeito contrário, deixando, as vezes, a situação ainda pior.

No caso de InuYasha, ele prende-se tanto ao fato de querer ser um youkai por completo e se tornar incrivelmente forte, que acaba não percebendo em toda a história que ele é um personagem forte. Usar como parâmetro outros monstros o faz achar que nunca chegou a um nível estável de poder e  que não se pode dar ao luxo de se aceitar.

Entretanto, Watts também afirma que quando se há a aceitação do negativo, paradoxalmente as coisas tendem a causar um efeito positivo. Quando InuYasha encontra-se com Kagome e passa a conviver com ela diariamente, seu prisma sobre a vida e o mundo são alterados. Isso o faz colocar as coisas em perspectiva.

Com isso, ele percebe que correr em busca da joia e ser o mais forte, na real não é o mais importante. Naquele momento ele se aceita, mesmo com suas inúmeras imperfeições. Mas essas mesmas imperfeições o fazem ver as circunstâncias externas e internas de uma forma mais otimista.

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